É normal sentir-se constrangido ao entrar em um dojo de artes marciais tradicionais devido às reverências e às demais formas de etiqueta. As mesmas podem parecer exageradas, superficiais e desnecessárias. No entanto, cada ponto de etiqueta tem sua origem na preocupação pela segurança pessoal e o bem estar de todos.
A vida cotidiana exige comportamentos sociais e costumes que permitem que as pessoas se comuniquem sem haver mal entendidos. Isso se revela ainda mais importante numa sociedade de guerreiros, onde a violência só é temperada por um rigoroso código de honra e uma severa estrutura social. A etiqueta é o elemento controlador, e, nas sociedades feudais, constituía freqüentemente a estreita linha entre a vida e a morte.
Quando se entra em num dojo, entra-se em um mundo diferente, num mundo de guerreiros. Pode ser um lugar de respeito e amistosa camaradagem ou um covil de paranoia e desconfiança. No tatame do Aikido, atacamos e somos atacados, aprimorando a nossa capacidade de responder instintivamente. É a corrente subjacente de etiqueta e comportamentos sociais que nos permite praticar em segurança, disciplinar e redirecionar as reações agressivas e desenvolver compaixão e respeito.
Aikido não é um esporte. Aikido é uma disciplina, um processo educacional para o adestramento da mente, do corpo e do espírito. A técnica física não constitui o verdadeiro objetivo, mas apenas uma ferramenta para o aprimoramento pessoal e a evolução do espírito.
Um dojo de Aikido não é um ginásio ou uma academia. É o lugar onde as lições do Fundador são estudadas. Ali não se exibe o ego, mas se exalta e limpa o corpo, a mente e o espírito. A correta atitude de respeito, sinceridade e modéstia, bem como a atmosfera adequada, são essenciais para o processo de aprendizado e, como o Aikido é uma arte marcial, constituem ingrediente imprescindível para a segurança de cada indivíduo.